Descubra a charmosa Cuenca, a cidade mais colonial do Equador

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Como eu relatei no post Equador: dicas e informações essenciais para planejar a sua viagem, o país reserva destinos incríveis, repletos de natureza, cultura e história, gente muito amável, enorme biodiversidade e uma gama de experiências marcantes, o que torna difícil montar um roteiro que contemple tantos atrativos, principalmente para quem tem o tempo de viagem limitado.

Nessa hora, temos que fazer escolhas difíceis, priorizando o que realmente nos interessa. Meu itinerário pelo Equador foi, então, definido para tentar vivenciar, ao máximo, a riqueza histórico-cultural do país, mesclando com um pouco de contato com a sua natureza exuberante.

Quito foi a porta de entrada nesse território que, embora pequeno, revela-se como um universo a ser descoberto pelo visitante. Depois de cinco dias circulando pela capital equatoriana e arredores, eu parti rumo a Cuenca, capital da província de Azuay, e terceira maior cidade do Equador. Outra joia do período colonial na América do Sul, que também impressiona pelo belo e bem preservado patrimônio.

Tanto que seu centro histórico foi declarado Patrimônio Mundial da Humanidade pela UNESCO, em 1999, pela arquitetura original dos séculos XVIII e XIX e um traçado urbano conservado há mais de 400 anos. Seu nome completo é Santa Ana de los Rios de Cuenca e sua fundação data de 1577.

Ali estão um belo conjunto de parques, praças, igrejas e prédios públicos, principalmente no entorno da Plaza Mayor, ou Parque Abdón Calderón, onde estão edificadas as duas catedrais da cidade (a velha e a nova) e ruas calçadas de pedras, resultando em uma deliciosa atmosfera da América hispânica.

E a cidade é puro charme, tranquila, segura, cheia de cafés, bistrôs, galerias de arte, lojas de artesanato, vendedores de flores, cercada por um impressionante panorama de montanhas andinas.

Se eu fosse fazer uma comparação, Cuenca estaria para o Equador, assim como Cusco está para o Peru. Tem até a sua versão de Machu Picchu: o sítio arqueológico de Ingapirca!

Localizada no sul do Equador, embora esteja no meio de um vale, está a 2.550 metros de altitude. Sua distância de Quito é de 480 Km e de Guayaquil, 200 Km.

Interessante também é o fato de a cidade possuir um clima tropical, temperaturas mais quentes durante o dia e, de noite, aquele friozinho típico de interior.

Cuenca é famosa ainda pela produção dos clássicos chapéus Panamá (sim, eles têm origem equatoriana e não panamenha) e tem atraído nos últimos anos muitos europeus e norte-americanos aposentados em busca de um lugar tranquilo e de baixo custo de vida para morar.

Outro destaque é que a natureza foi muito generosa com a cidade. A apenas 35 quilômetros está o Parque Nacional Cajas, com dois mil corpos d’água, onde chamam a atenção os lagos, que somam 178 no total, com uma fauna deslumbrante (em sua maioria aves).

Para completar, Cuenca é bem mais barata para os turistas do que Quito. Então, você já viu que não pode deixar de colocá-la no seu roteiro pelo Equador, né?

Como chegar a Cuenca

Se optar pelo ônibus, saindo de Quito, sugiro deixar para viajar durante a noite, o trajeto é feito em aproximadamente dez horas. Eu não cheguei a viajar de ônibus no Equador, mas tenho amigos que o fizeram e me disseram que é bem tranquilo.

No entanto, não há ônibus executivo, semi-leito ou leito. Só existe um tipo, o comum, em quase todos os trajetos. Também não há reservas e nem vendas antecipadas. Você só vai conseguir comprar passagens para o dia.

Além disso muitas empresas operam no país e na maioria dos percursos só há uma companhia que faz aquela viagem. Então, você deve se informar ao chegar à rodoviária a fim de adquirir a passagem.

Uma vez em Cuenca, a rodoviária fica bem próximo ao Centro Histórico e dá para chegar caminhando (cerca de 10 a 15 minutos) ou em um rápida e barata corrida de táxi, em torno de US$ 2. Para não ter surpresas, informe-se antes com o motorista.

Dirigir por conta própria é outra alternativa, embora eu não aconselho, pois não me parece ser uma trajeto seguro para quem não está acostumado. Não esqueça que você estará no meio da Cordilheira dos Andes – curvas e mais curvas, assim como precipícios. Mas se mesmo assim esta for a sua opção, a fim de ter mais liberdade, você pode cotar e reservar um veículo aqui.

Outra opção, a que escolhi, é voar e chegar em Cuenca em menos de uma hora, saindo de Quito, desembarcando no Aeroporto Mariscal Lamar, bem próximo do Centro, para onde uma corrida de táxi não passará de US$ 3.

Existem opções de voos para Cuenca desde Quito e Guayaquil com a LATAM e a equatoriana TAME. Você pode pesquisar e reservar seu voo para Cuenca aqui.

Onde se hospedar em Cuenca

A fim de estar próximo de onde tudo acontece em termos de turismo em Cuenca, poder conhecer a cidade caminhando e ainda ter fácil acesso aos meios de transporte para passeios nos arredores, eu recomendo ficar hospedado no Centro Histórico, que concentra a maioria dos hotéis.

Pesquise e reserve sua hospedagem em Cuenca aqui. Há várias opções de cancelamento grátis caso venha a mudar de ideia depois.

Eu me hospedei no Pepe´s House Bed & Breakfast, que é muito bem localizado (a apenas três quadras do Parque Calderón), charmosíssimo, capitaneado por um casal de colombianos simpatíssimo e que nos ajuda em tudo que precisarmos.

Há opções de quartos privados e compartilhados. Eu fiquei em um quarto compartilhado com banheiro privativo e paguei US$ 36 por quatro diárias. O café da manhã é pago a parte e custa US$ 3,50. Recomendo demais!

Roteiro de três dias em Cuenca

Para poder fazer esse roteiro, eu cheguei à cidade, no dia anterior à tarde, onde me instalei e sentei para confirmar os passeios programados para os três dias seguintes que ficaria em Cuenca, fazendo os ajustes que fossem necessários na agenda.

Para o primeiro dia, eu recomendo explorar o Centro Histórico, que não é grande e permite fazer tudo à pé. Para isso comece cedo, por volta das 8h da manhã, e conseguirá contemplar todas as atrações que listo a seguir no itinerário que eu fiz.

Seu ponto de partida de ver ser o Parque Calderón, que nada mais é do que a principal praça da cidade. É ali onde estão a antiga e a nova catedral de Cuenca. Ambas merecem a sua visita.

Roteiro por Cuenca Equador
Vista panorâmica do Parque Abdon Calderón, a praça principal de Cuenca Fotos: Anchieta Dantas Jr.

Uma de frente para a outra em lados opostos da praça, a nova, denominada Catedral de La Imaculada Concepción, chama a atenção pelo tamanho, a arquitetura e suas cúpulas azuis. Há tour guiados que nos levam até o alto para ver as cúpulas de perto e de onde se tem uma linda vista da cidade.

Já a Catedral antiga tem como tesouro o seu interior, hoje um museu que é um esplendor do estilo barroco, repleta de afrescos, capelas e uma Santa Ceia em tamanho natural no altar-mor.

Após as visitas às duas catedrais, sugiro caminhar sentido norte pela Rua Simon Bolivar, admirando o casario colonial e o cotidiano dos moradores. Quando chegar na esquina com Rua General Torres, vire á direita e caminhe um quarteirão até a Rua Grán Colombia, onde verá na esquina, logo à sua direita, a Igreja de Santo Domingo.

Depois retorne à Simon Bolivar e caminhe até chegar ao Parque de San Sebastián, um pequena e graciosa praça, onde se localiza a Igreja de San Sebastián.

Roteiro por Cuenca Equador
Casario Colonial da Rua Simon Bolivar
Roteiro por Cuenca Equador
Parque e Igreja de San Sebastián

Dali, tome a Rua Mariscal Sucre, à esquerda, voltando sentido sul, até chegar à Rua General Torres, onde deverá dobrar à direita e caminhar até o Mercado Público 10 de Agosto, para conhecer as frutas, peixes e demais alimentos locais. Não deixe de admirar os seus vitrais.

Roteiro por Cuenca Equador
Detalhe dos vitrais do Mercado Público 10 de Agosto

Após essa parada, desça tomando a sua direita pela mesma rua até a Rua Larga (Calle Larga) e visite o Museo del Sombrero de Paja Torquida, para conhecer a história do chapéu do Panamá, ver os artesãos trabalhando e até comprar alguma peça.

Saindo do museu, caminhe à sua direita pela Rua Larga até chegar à Rua Padre Aguirre, onde deve dobrar à esquerda e seguir até chegar à Igreja de San Francisco e à Igreja e convento Carmén de La Assunción, assim como passear pela Praça das Flores, esquina com a rua Mariscal Sucre.

A esta altura já deverá ser hora do almoço. Uma opção barata e gostosa é o descolado Café Sucre em frente ao Parque Calderón, bem próximo dali seguindo pela Mariscal Sucre e dobrando à esquerda na Rua Luis Cordero. Eles têm menus turísticos deliciosos em torno de US$ 3, incluindo uma entrada, um prato principal, sobremesa e suco. Um achado!

Após o almoço, atravesse a praça e vire à esquerda na Rua Benigno Malo até chegar à Avenida Três de Noviembre, que margeia o Rio Tomembamba que corta a cidade, separando o Centro Histórico da parte nova. Caminhe sentido sul pelo calçadão, admirando o verde da paisagem e escutando o relaxante barulho do rio.

Depois, ao chegar ao Museu Emílio Crespo (eu não visitei), mas curti seu um excelente café com vista para o rio, suba novamente até a Rua Larga, onde deverá dobrar à sua direita e caminhar até o Museu e Parque Arqueológico de Pumapungo. No caminho, vale uma paradinha na Igreja de Todos os Santos.

O Pamupungo é um dos 14 museus espalhados por Cuenca. Com entrada gratuita, é o mais completo por contar toda a história do Equador e abordar a sua cultura. Nele estão exibidos objetos de antigos povos indígenas e da época colonial, além de haver exposições de artistas contemporâneos e amostras de moedas equatorianas antigas, no Museu do Banco Central, no subsolo. Infelizmente, não é possível fotografar o interior.

Ao fim da visita, desça pela parte de traz para o sítio arqueológico, que assim como o museu pode ser visitado gratuitamente. Ali há resquícios das culturas Cañari e inca, com bonitas terrazas e uma vista panorâmica de Cuenca. Para dar tempo de ver tudo, recomendo chegar ao complexo Pamupungo no máximo às 15h30.

Ao cair da tarde, feche o dia, tomando um táxi em frente ao Museu e suba até o Mirador de Turi, de onde se descortina a mais bela vista de toda Cuenca. Você pode pedir para o motorista lhe aguardar. Para ir e voltar até o centro, você não deverá gastar mais do que US$ 6.

Localizado em cima de uma colina, a poucos minutos de carro do Centro Histórico, o lugar oferece uma visão panorâmica da cidade e rende boas fotos no pôr do sol. De lá pode-se avistar vários pontos importantes, como as cúpulas da nova Catedral e as estreitas e coloridas ruas coloniais do centro.

Visitado principalmente por turistas, Turi conta com uma igreja, uma praça e alguns comércios, como restaurantes e lojas de artesanato.

Roteiro por Cuenca Equador
Vista de Cuenca desde o Mirador de Turi

Ao retornar ao centro de Cuenca, já deverá ser noite, então escolha um dos restaurantes que recomendo mais adiante para jantar.

No segundo dia em Cuenca, acorde bem cedo e vá conhecer o Parque Nacional Cajas, reconhecido por suas reservas ambientais. Como eu adiantei no início do post, são cerca de dois mil corpos d’água, com destaque para os lagos, que somam 178 no total, com uma fauna deslumbrante.

Sua extensão é enorme e esbanja beleza natural. Se decidir visitar por conta própria, pode tomar um ônibus da Cooperativa Transporte Ocidental na Rodoviária de Cuenca.

Peça ao motorista para descer em La Toreadora, uma das entradas do parque e a mais popular. Ao chegar tente contratar um guia local, para aproveitar mais e não se perder nas trilhas. Após a visita tome qualquer ônibus que vá para Cuenca.

Outra opção é contratar um tour, pois além de incluir o transporte, visita-se muitas outras áreas do Cajas além de La Toreadora, sempre acompanhados de um guia que explica toda a fauna e a flora da região e ainda conta com o almoço incluso. O preço desse passeio fica em torno de US$ 60 por pessoa. Pode parecer caro, mas vale muito a pena! Veja opções e contrate antecipadamente aqui.

O retorno a Cuenca se dá por volta das 16h, o que ainda nos dá tempo de percorrer um pouco mais o Centro Histórico e curtir um excelente jantar.

Já no terceiro dia, opte por um tour combinando, pela manhã, o emblemático trecho ferroviário Nariz del Diablo, que parte de Alausí (veja aqui como foi a minha experiência), a cerca de 2h30 de Cuenca, e o Sítio Arqueológico de Ingapirca, a versão de Machu Picchu do Equador.

Veja as opções de passeios e atividades em Cuenca

 

Onde comer em Cuenca

A gastronomia equatoriana, como eu falei no post Quito: cinco dias pela histórica e cultural capital do Equador, é repleta de delícias e Cuenca também é um excelente destino para experimentá-las!

Além do Mercado 10 de Agosto, no Centro Histórico, é possível encontrar iguarias a preços bastante baixos. É fácil ver pelos restaurantes da região os tradicionais “menus del día”, que são refeições econômicas. Normalmente eles incluem uma sopa, um prato principal (chamado por lá de segundo), uma bebida e uma sobremesa. Os preços são muito convidativos, eu experimentei menus por cerca de US$ 3, como no Café Sucre, no Parque Calderón.

Entre os restaurantes que eu visitei e recomendo para um agradável e delicioso jantar, isso sem desembolsar uma fortuna, estão o A Pedir de Boca (Rua Benigno Malo, entre as ruas Juan Jaramillo e Larga), cuja especialidade é uma cozinha fusion com influência tailandesa; as pizzarias Marea (Rua Hermano Miguel, entre Honorato Vazquez e Rua Larga) e Fabianos (Rua Presidente Cordova com Mariano Cueva).

Para uma cozinha mais equatoriana e ainda peruana, indico o El Confesionario, do lado da nova Catedral, no Parque Calderón.

A fim de uma boa cerveja artesanal? A pedida é o La Compañia, uma cervejaria/bar onde há seis tipos de cerveja fabricadas localmente e petiscos da casa.

Para um sorvete saboroso minha dica é o Tutto Fredo, que fica no Parque Calderón. O lugar oferece ainda várias delícias da confeitaria.

Confira aqui todas as nossas dicas e roteiros pelo Equador

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2 Responses
  • Rose
    janeiro 5, 2020

    Olá
    Adorei as dicas. Estou montando um roteiro para o Equador e o que acabei de ler me ajudou mto.
    Grata

    • Anchieta Dantas Jr.
      junho 4, 2020

      Rose,

      Eu que agradeço. Que bom que gostou do meu trabalho e que pude lhe ajudar de alguma forma. Como retribuição, se quando for viajar você puder voltar no blog e fazer as suas reservas por meio dos links e banners dos meus parceiros que estão no site, será de grande ajuda. Você não vai pagar nada a mais por isso, terá descontos exclusivos e ainda vai ajudar a manter o meu trabalho, dada a pequena comissão que eles me pagam.

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      Anchieta Jr.

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