Há quem odeie turistas? Veja oito lugares que os rejeitam

Embora fonte econômica de muitas cidades e mesmo países inteiros, o turismo tem provocado a rejeição de muitos moradores desses lugares. É aquela história: “feito desordenado, ele acaba com a cultura local“, chegam a reclamar seus habitantes. Nesse contexto, se inserem as nada amigáveis pichações que aparecem com alguma frequência em Barcelona contra os turistas.

Ainda nessa direção, recentemente, Veneza instalou contadores para controlar o número de turistas que a visitam, assim como deverá a passar a cobrar ingresso para visitar a Praça de San Marco, seu principal cartão-postal.

Polêmicas à parte, acredito que odiar os visitantes chega a ser demais. Porém, infelizmente, pelo menos oito lugares, segundo uma lista preparada pelo jornal britânico The Independent, indicam que detestam ou rejeitam os turistas.

No entanto, antes de apresentá-los, quero deixar claro que não estou de acordo com essa relação, até porque já estive em alguns desses locais e não me senti rejeitado de forma alguma. Pelo contrário!

E afinal, que culpa temos nós viajantes? Esses lugares não deveriam reclamar, pois muitas das cidades que agora os rejeitam cresceram e se tornaram ricas graças aos turistas.

Talvez seja o caso de sua população cobrar das autoridades políticas de desenvolvimento que ordenem o turismo, protejam o meio-ambiente e concilie a atividade com a qualidade de vida dos moradores.

Veja a seguir quais os oito lugares que detestam ou rejeitam os turistas, de acordo com a lista do The Independent:

Ilhas Koh Khai (Tailândia)

Ilhas Koh Khai, na Tailândia

O jornal as inclui porque em maio de 2016 o governo tailandês decidiu fechar várias ilhas, entre elas Koh Khai Nok, Koh Khai Nui e Koh Khai Nai, pelo elevado grau de deterioração ambiental que apresentavam.

No entanto, não creio que isso me pareça um sintoma de que os locais odeiem os turistas. Acho que o caminho aí seja combinar turismo e proteção.

Barcelona (Espanha)

Barcelona, na Espanha

O congelamento de licenças para todos os novos hotéis e apartamentos de aluguel para férias, as multas ao AirBnb, os projetos de novos impostos turísticos e os estudos para limitar o número de visitantes são as razões apontadas pelo The Independent para incluir a capital catalã.

Além da imagem que a cidade passa ao mundo com cartazes nas sacadas do tipo “Tourist go home”.

Amsterdã (Holanda)

Amsterdã, na Holanda

A publicação cita o discurso de Frans van der Avert, diretor executivo de Marketing de Amsterdam, no recente Foro Mundial de Turismo realizado em Lucerna. Veja o que ele disse:

“As cidades estão morrendo pelo turismo. Ninguém viverá mais nos centros históricos. Muitas das cidades históricas menores na Europa estão sendo destruídas pelos visitantes. Não gastaremos nem um euro a mais na comercialização de Amsterdã. Não queremos ter mais gente. Queremos elevar a qualidade dos visitantes, queremos pessoas que estejam interessadas na cidade, não que a queiram somente como pano de fundo para uma festa. Vemos muitos visitantes sem respeito pelo caráter da cidade.”

Butão

Reino do Butão

De acordo com o jornal britânico, o turismo no Butão só foi iniciado em 1974, mediante a decisão de regulá-lo para preservar a paisagem intocada do país e a sua cultura. O reino à beira do Himalaia tem uma política de “turismo de alto valor e baixo impacto”.

O resultado é que o número de turistas por ano é restrito e quem quiser ir tem que entrar com uma agência autorizada e pagar uma taxa fixa de 250 dólares (810 reais) por dia, que inclui o transporte, guia e alojamento.

Mas não vejo isso como sinal de que os turistas não sejam bem-vindos.

Os onsen do Japão

Os onsen do Japão

Um onsen é um banho público termal tradicional da cultura japonesa. Mas há uma questão: na maioria dos onsen é proibida a entrada de quem tiver tatuagens no corpo, algo mal visto na cultura japonesa, mas não na ocidental.

De todo modo, não acho que isso seja um motivo parav incluir um país como o Japão, tão amável com os estrangeiros, nessa lista.

Santorini (Grécia)

Santorini, Grécia

Segundo o Independant, a ilha grega mais popular disse basta. Não cabe nem mais um cruzeiro nem um turista a mais. No verão de 2016 chegaram 10.000 cruzeiristas por dia.

As autoridades querem limitar esse número a 8.000 a partir deste ano. Mas daí a afirmar que eles detestam turistas já é demais. Quando lá estive fui muito bem tratado.

Cinque Terre (Itália)

Cinque Terre, na Itália

É um dos cartões-postais mais famosos e bonitos da Itália: cinco pitorescas cidadezinhas à beira-mar catalogadas como patrimônio da Humanidade, unidas por estreitos e bucólicos caminhos.

Suficiente beleza para atrair 2,5 milhões de turistas por ano. Segundo The Independent, seus administradores planejam limitar em 1,5 milhão por ano. Una vez superado, não entram mais turistas.

Arlington (Texas, EUA)

Arlington, no estado do texas, Estados Unidos

Sua inclusão na lista se baseia em um estudo feito em 2015 sobre comentários a respeito dos turistas em dezenas de milhares de tuítes geoetiquetados nos Estados Unidos.

A conclusão de seus autores era que a população da cidade de Arlington, no Texas, era a mais hostil aos turistas nos EUA.

E aí, o que você acha dessa lista? Deixe sua opinião aí nos comentários.

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