Para mim, o momento mais tenso de uma viagem é quando chego ao destino e tenho que esperar pela bagagem na esteira do aeroporto. E a tensão só aumenta quando vejo que boa parte dos passageiros já pegou a sua mala e eu ainda estou lá, ansioso pela minha. De repente, todos vão embora e ela não aparece!
Olha, eu já passei por isso justamente em minha primeira viagem internacional, quando ainda engatinhava nessa vida de viajante. A experiência foi tão frustrante, que me marcou até hoje, e eu não desejo para quem quer que seja viver a mesma situação.
Isso foi em 2006. De lá para cá, os processos nos aeroportos melhoraram e as companhias aéreas, por conta das novas tecnologias de rastreamento, juram que ficaram mais espertas em não extraviar as bagagens que lhes são confiadas. Será?
Eu acredito que apesar do que afirmam, todos os cuidados ainda não foram suficientes. Digo isso porque li, recentemente, uma matéria no site de notícias UOL que dizia que as companhias aéreas ainda perdem cerca de 25 milhões de bagagens todos os anos. Impressionante, né?
Tudo bem que, segundo a Sita, órgão internacional que monitora o manuseio global de bagagens, o número total de malas “mal manuseadas” caiu de 46,9 milhões em 2007 para 24,8 milhões em 2018 – quase a metade. Mas mesmo assim o volume ainda assusta.
O que mais causa o problema e dificulta o controle, destaca a publicação, são os voos atrasados. Isto porque, quase metade de todas as malas perdidas se deve a problemas relacionados a transferências das malas entre as aeronaves, afirma a Sita. Se um voo atrasa, sua mala pode não chegar a tempo ao voo de conexão, embora, você tenha conseguido embarcar. Você vai e a bagagem fica!
Outra parcela significativa de malas perdidas está relacionada a passageiros ou carregadores que simplesmente pegam o item errado. Conforme o órgão, em alguns aeroportos, as companhias aéreas tem como funcionários seus próprios carregadores, mas em outros, esses profissionais são terceirizados, os quais atendem a várias empresas.
Onde mais as malas são perdidas
Para aqueles que adoram criticar o Brasil e os países abaixo dos trópicos, saiba que a Europa é que apresenta, de longe, o pior desempenho no manuseio de bagagens, de acordo com a Sita. O Velho Mundo registra anualmente 7,29 malas mal manuseadas por cada 1.000 passageiros, comparado a 2,85 na América do Norte e apenas 1,77 na Ásia.
Dá para não ficar no prejuízo?
Evitar que sua mala jamais seja perdida não tem como, mas, felizmente, diminuir as chances disso acontecer ou não ficar no prejuízo é possível. Veja os cuidados que eu recomendo ter sempre que você for viajar.
Identifique e proteja a sua mala
Minha primeira recomendação é que você identifique e proteja muito bem a sua mala. Isso ajuda bastante caso ela seja extraviada. Além disso, se a segurança decida abri-la para vistoria, em alguns países eles chamam o proprietário pelo sistema de som do aeroporto, evitando que ela seja danificada.
Confira mais dicas de como proteger e identificar a sua mala no post Viaje seguro: 7 acessórios para proteger a sua mala.
Adquira um rastreador
Outra alternativa é você mesmo rastrear a sua própria bagagem por meio da tecnologia GPS. Há vários rastreadores disponíveis no mercado, pequenos dispositivos que são colocados dentro da mala e transmitem sua localização de qualquer lugar do mundo para um aplicativo de smartphone. No post que eu mencionei anteriormente tem alguns exemplos.
Declare bens e valores despachados
A Agência Nacional de Aviação (Anac) recomenda que se faça a declaração dos bens de valor despachados junto à companhia aérea, medida que facilita indenizações em casos de furto ou extravio.
Além disso, é essencial manter consigo o comprovante de despacho das bagagens e fazer uma verificação ao retirá-las no desembarque, checando danos e pertences.
Objetos de valor sempre na bagagem de mão
A regra é clara e é repetida por todas as companhias mundo a fora: dinheiro, cartões de crédito e documentos devem ser transportados na bagagem de mão, nunca despachados.
O mesmo vale para celulares, máquinas fotográficas e outros eletrônicos, que são alvos primários dos ladrões de bagagem.
Atenção ao comprar voos com conexão
Quando para chegar ao seu destino for necessário fazer uma ou mais conexões, atente para o tempo entre um voo e outro. Lembre-se que voos atrasados são o que mais causam perdas e extravios de bagagens.
Portanto, coloque um intervalo de tempo de no mínimo quatro horas para fazer cada conexão. Se um dos voos atrasar, haverá tempo hábil de fazer a transferência da mala entre as aeronaves.
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Contrate um seguro viagem
Está aí uma precaução que não se deve jamais, em hipótese alguma, ignorar. Nunca embarque, seja para onde for, sem um seguro viagem!
Embora ele esteja sempre associado à proteção de sua saúde enquanto estiver fora da sua cidade, saiba que um seguro cobre muito além do que assistência médica e odontológica, entre as proteções está a sua bagagem. Caso ela seja extraviada e não encontrada, você pode ser ressarcido por completo do prejuízo, a depender do seguro contratado.
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O que fazer em caso de problemas com a bagagem?
Os problemas com bagagens devem ser notificados imediatamente à companhia aérea, por escrito, no próprio aeroporto. Existe um formulário para isso e você deve solicitar à empresa ou à autoridade aeroportuária.
Caso isto não seja feito (o que eu não recomendo), a contrário do que muita gente pensa, o passageiro não perde o direito de reivindicar danos e objetos furtados ao deixar o saguão.
De acordo com a Anac, existe um prazo de até 15 dias para reclamar bagagens extraviadas e sete dias para malas danificadas ou com artigos furtados. Essa regra, porém, varia conforme o país de desembarque.
Caso a bagagem seja extraviada, a empresa tem prazo de 30 dias (voos nacionais) e 21 dias (internacionais) para entregá-la no endereço indicado pelo proprietário. Após este prazo, a companhia aérea deverá indenizá-lo.
No caso de furtos, além de comunicar a empresa, o passageiro deve fazer um Boletim de Ocorrência junto à polícia, a fim de investigar o ocorrido.
Vale lembrar que nenhuma reclamação deve ser feita apenas verbalmente. Se for imprescindível fazer por telefone, anote data, horário, nome do funcionário e protocolo da reclamação.
Além disso, no Brasil a Justiça determina que o passageiro seja indenizado conforme seu prejuízo, respeitando o Código de Defesa do Consumidor. Portanto não aceite o valor limite que a companhia queira impor, com base em acordos internacionais como o Código de Varsóvia.
Nesse sentido, uma boa dica é contar a assessoria de empresas especializadas em representar consumidores que foram lesados por companhias aéreas, como a Resolvvi, nossa parceira.
E o melhor: você pode reclamar seus direitos sem sair de casa, tudo online – dá até para fazer do seu celular -, e só paga pelo serviço se ganhar a causa.
O processo é muito simples. Basta entrar no site da Resolvvi, responder a algumas perguntas e eles imediatamente irão avaliar se seu caso pode resultar em algum tipo de ressarcimento. Se for preciso, a empresa entra na justiça por você.
Caso haja indenização, eles ficam com 30% do valor. Se isso não ocorrer, como eu falei, você não precisa pagar nada. Segundo eles, a taxa de sucesso tem sido de 100% dos casos. Os valores das indenizações podem chegar a até R$ 10.000.
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