Capital da criatividade: cinco motivos para visitar Recife

Além de ter perdido a conta de quantas vezes eu já estive em Recife, não canso de dizer o quanto eu gosto de lá. Cada vez que eu retorno, além de matar as saudades, a capital de Pernambuco me surpreende, revelando-se de forma diferente. Apesar de a marca registrada do Nordeste ser o binômio sol e mar, engana-se quem pensa que é apenas isso que vai encontrar na cidade.

O pernambucano tem criatividade de sobra para não limitar a sua capital às belezas do litoral. A impressão que eu tenho é que ele cria, faz, se preciso refaz o que já é bom, e assim reinventa a cidade sob muitos aspectos. E é sobre isso que eu quero chamar a sua atenção.

Essa deliciosa reinvenção em forma de metrópole, mais uma vez pôde ser comprovada no ‘Road Show Recife: capital da criatividade’, encontro que a Prefeitura do Recife, por meio da Secretaria de Turismo, Esportes e Lazer, com o Recife Convention & Visitors Bureau e a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH-PE) com o patrocínio de 17 empresas do trade turístico pernambucano realizaram em várias cidade brasileiras, entre elas Fortaleza.

E eu estive lá para conferir. O evento destacou como Recife está cada vez mais interessante para quem a visita. Novos projetos têm movimentado o turismo de lazer na cidade com uma série de atividades e atrações, assim como roteiros para serem feitos à pé, de ônibus e até de barco têm permitido conhecer a história e a cultura do lugar.

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Portanto, esteja preparado para se surpreender se você ainda não esteve por lá ou pretende voltar, provavelmente vai se deparar com alguma novidade.

A seguir, com base no que escutei no evento e ainda dada a bagagem que eu carrego da cidade, eu reuni cinco motivos pelos quais você deve visitar Recife e vivenciá-la da melhor forma. Confira!

1. Diversidade de espaços culturais e de lazer

Eu citaria dez lugares imperdíveis para quem visita Recife. Não apenas por eles propriamente ditos, mas porque há sempre alguma coisa acontecendo em cada um deles.

São eles: o Armazém do Porto, a Praça da República, o Mercado de São José, a Casa da Cultura, o Paço do Frevo, o Centro Cultural Cais do Sertão, o Marco Zero, a Praia de Boa Viagem, a Oficina Francisco Brenand e o Instituto Ricardo Brenand, o quarto melhor museu do Brasil e o sétimo da América do Sul, segundo a premiação Traveller’s Choice 2018, do site de viagens TripAdvisor.

Marco Zero no Recife Antigo Foto: Anderson Schneider/versor

No Recife Antigo, onde se encontram o Armazém do Porto, a Praça da República, o Mercado de São José, a Casa da Cultura, o Paço do Frevo, o Centro Cultural Cais do Sertão e o Marco Zero, a Prefeitura mantém projetos como o Recife Antigo de Coração, reunindo diversas atividades de lazer gratuitas, e o Olha! Recife, com roteiros a pé, de ônibus ou de catamarã.

Mais informações sobre o esses programas e roteiros em Recife você encontra no site Visit Recife.

Eu mesmo já fiz um passeio histórico cultural bem bacana, caminhando a partir do Marco Zero, onde contemplei o casario antigo, visitei os museus Paço do Frevo e Cais do Sertão, a Embaixada dos Bonecos Gigantes, a Sinagoga Kahal Zur Israel (a mais antiga das Américas), o Centro de Artesanato e o Parque de Esculturas. Você pode conferir clicando aqui.

Tem também o Recife Sagrado, outra iniciativa do governo municipal, que conta com guias bilíngues para visitação das igrejas da cidade. Este roteiro eu ainda não fiz, portanto, está aí mais um motivo para eu retornar a Recife.

2. Riqueza e beleza arquitetônica

Muita gente não sabe, mas Recife é um dos cinco patrimônios barrocos do Brasil, porém, diferentemente de sua vizinha Olinda, não possui o título de Patrimônio Cultural da Humanidade pela UNESCO.

Mas não é por isso que a capital pernambucana não ostente exemplares barrocos de excepcional importância, tombados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).

Os monumentos e espaços públicos tombados pelo IPHAN no Recife são, em sua maioria de caráter religioso.

Entre eles, podemos citar a Concatedral São Pedro dos Clérigos, a Basílica e Convento de Nossa Senhora do Carmo, a Capela Dourada, o Convento e Igreja de Santo Antônio, a Igreja de Nossa Senhora do Pilar, a Igreja de Nossa Senhora do Terço, a Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos e a Capela da Jaqueira.

Patio de São-Pedro e a Concatedral São Pedro dos Clérigos Foto: Inaldo Lins

Tem também a Casa de Gilberto Freyre (atual Fundação Gilberto Freyre), a casa natal de Joaquim Nabuco, o prédio da Academia Pernambucana de Letras, o prédio Faculdade de Direito do Recife, o Sobrado da Madalena ( hoje Museu da Abolição), o Teatro de Santa Isabel, dentre outros.

Foi ainda no Recife onde foi inventado o cobogó, elemento vazado considerado um ícone da arquitetura moderna. Seu nome deriva das iniciais dos sobrenomes dos três engenheiros que o idealizaram: Amadeu Coimbra, Ernest August Boeckmann e Antônio de Góis.

3. Boa mesa

Outro fato que conta pontos a favor de Recife é que a cidade é o terceiro maior polo gastronômico do Brasil, segundo a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes, a Abrasel, com cerca de 10 mil estabelecimentos, logo após do Rio de Janeiro e São Paulo.

Os estabelecimentos da cidade, que contam com chefs renomados, vão da cozinha regional às cozinhas portuguesa, italiana, francesa, japonesa e peruana.

Recife abriga ainda o restaurante mais antigo do Brasil: o aristocrático Restaurante Leite, fundado em 1882, à época dos senhores de engenho.

Segundo eu soube, pela casa passaram nomes como Jean-Paul Sartre, Simone de Beauvoir, Orson Welles e Juscelino Kubitschek. De sua cozinha saem pratos da cozinha internacional.

Outro destaque na cena gastronômica local, influenciada pelas culturas europeia, africana e indígena, é a chamada “doçaria pernambucana”, ou seja, os doces desenvolvidos durante os períodos colonial e imperial nos seus engenhos de açúcar.

Bolo de Rolo Foto: Divulgação

Nesse quesito, você vai se deliciar com o bolo de rolo, o nego bom, o bolo Souza Leão e a cartola. Quem já provou sabe como essas iguarias são deliciosas. Dá água na boca só de imaginar!

Já no que tange às bebidas, não deixe de experimentar a cachaça, produzida em alguns engenhos de açúcar remanescentes no Estado.

4. Festa o ano todo

Em meio a tantas manifestações artísticas e festas populares, Pernambuco é famoso por seu Carnaval e pelas Festas de São João. No primeiro, ganha destaque o Frevo, um dos principais gêneros musicais e danças do Recife e símbolo do Carnaval do circuito Recife–Olinda.

E mesmo que você não esteja na cidade durante o Carnaval, dá para sentir um gostinho dessa festa visitando o Museu Paço do Frevo e a Embaixada dos Bonecos Gigantes, no Recife Antigo, que funcionam o ano todo.

Paço do Frevo Foto: Helder Tavares

Já o forró, que anima o São João do Nordeste, está presente em muitas casas noturnas da cidade e tem sua memória resgatada no Centro Cultural Cais do Sertão, um museu interativo maravilhoso, também no Recife Antigo, cuja temática é o universo de Luis Gonzaga, que conta a saga do sertanejo.

Não podemos esquecer ainda do Manguebeat, movimento da contracultura que mistura ritmos regionais, como o maracatu, com rock, hip hop, funk e música eletrônica e que tem como ícone o músico Chico Science, ex-vocalista, já falecido, da banda Chico Science e Nação Zumbi.

5. Um mar de tecnologia

E se você é do tipo nerd ou ama novidades de ponta, a capital pernambucana pode ser considerada um mar de tecnologia, com o polo do Porto Digital, um dos principais parques tecnológicos e ambientes de inovação do Brasil.

Sua atuação se dá nos eixos de software e serviços de Tecnologia da Informação e Comunicação e Economia Criativa, com ênfase nos segmentos de games, cine-vídeo-animação, música, fotografia e design.

O Porto Digital tem como ênfase nos segmentos de games, cine-vídeo-animação, música, fotografia e design Foto: Divulgação

Reconhecido por sua territorialidade singular entre parques tecnológicos, o Porto Digital é um parque urbano instalado no centro histórico de Recife e nos bairro de Santo Amaro, Santo Antônio e São José, totalizando uma área de 171 hectares.

A região, antes degradada e de pouca importância para a economia local, vem sendo requalificada de forma acelerada em termos urbanísticos, imobiliários e de recuperação do patrimônio histórico edificado desde a fundação do parque, em 2000. Portanto, vale uma visita pela região a fim de mergulhar nas tendências!

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