Antes de Tóquio, o Japão teve duas capitais permanentes: Quioto e ainda a pequena e graciosa Nara, que apesar do tamanho, é a segunda localidade com o maior legado cultural do país. Possui oito patrimônios mundiais da Unesco e só perde a majestade nesse quesito para Quioto, que ostenta 17. A apenas 40 km de Quioto, comporta perfeitamente um passeio de um dia inteiro, ou de apenas meio dia, dependendo do seu interesse.
Como o santuário xintoísta Fushimi-Inari, nos arredores de Quioto, fica no caminho, eu preferi passar a manhã em Nara, vistando três das suas mais importantes atrações, e no meio da tarde parando neste templo, antes de retornar a Quioto. Mas para coordenar o seu dia dessa forma, é preciso que saia cedo, para não fazer nada às pressas.
Mas antes de eu lhe apresentar como foi o meu roteiro por Nara e como chegar até ela, eu vou fazer um pequeno resumo da história da cidade para que entenda a sua representatividade para o Japão.
Nara foi durante o século VIII a primeira capital fixa do país, sob o nome de Heijō-kyō (ou Heizei-kyō), desde a sua fundação em 710, quando a Imperatriz Gemmei subiu ao trono, até 784. Esta época ficou conhecida como Período Nara.
E porque se diz que ela foi a primeira capital fixa do país? Porque antes de 710, as capitais se mudavam de reino para reino. É que, segundo as antigas concepções do xintoísmo, a morte era a impureza mais séria que podia existir.
Dessa forma, quando o soberano falecia, a impureza atingia, então, a capital naquele momento. Por isso, os japoneses consideravam necessário destruir os palácios e reconstruí-los em outro lugar.
No entanto, no início do século VIII, ficou claro que era necessário um centro mais duradouro para a administração pública e governamental e assim Nara assumiu esse papel, período que durou apenas 74 anos, sendo a capital posteriormente transferida para Quioto.
Devido a sua importância para a história japonesa, ela guarda, ainda hoje, preciosidades na sua arquitetura e nos seus templos budistas e santuários xintoístas. E são elas que eu lhe convido a conhecer agora.
No entanto, eu só lhe aconselho visitar Nara se você já passou pelo menos de três dias inteiros em Quioto. Menos que isso nem vá, pois tirando o Buda Gigante e o Parque de Nara (com seus milhares de cervos circulando entre os visitantes), o que lhe resta são mais templos, o que a esta altura você já deverá estar cansado de ver.
Mas como eu tinha seis dias hospedado em Quioto e Nara fica ali do ladinho, eu resolvi visitar e não me arrependi. Uma vez em Quioto é um clássico colocar Nara no roteiro.
Como chegar a Nara desde Quioto
Há duas estações na cidade: Nara, da linha JR (coberta pelo JR Pass) e que fica mais a oeste do centro da cidade, a uma curta caminhada das atrações; e Nara, da linha Kinketsu, situada exatamente no centro.
Saindo de Quioto, você precisa ir para a Estação JR Kyoto. Se tiver o JR Pass, basta pegar o trem “JR Nara EXPRESS”. A última parada é “JR Nara Station”. A duração da viagem é de 45 minutos. A cada 20 minutos há um novo trem.
Caso não tenha o JR Pass, tome o trem “Kintetsu Nara EXPRESS”. O trem sai da Estação Kintetsu Kyoto. Esta estação fica perto da estação JR Kyoto. Este trem é mais rápido que o JR. A duração da viagem é de 35 minutos. A cada 30 minutos há um novo trem.
Como eu tinha o JR Pass, fui na primeira opção. Na estação, logo ao desembarcar há um ponto de informação turística onde poderá pegar um mapa gratuito da cidade ou contar com a ajuda de guias voluntários.
Da estação é muito fácil chegar à entrada do Parque de Nara. São menos de 10 minutos de caminhada em linha reta, pela rua Sanjo-Dori. Tudo é muito bem sinalizado em japonês e inglês. É por este parque que se deve guiar um visita à cidade e eu lhe digo o motivo a seguir.
As principais atrações de Nara
A maioria das principais atrações de Nara está na área do Parque Nara-Koen, que ocupa boa parte da cidade e abriga aproximadamente 1.200 cervos, que, nos tempos pré-budistas, eram considerados mensageiros dos deuses.
Hoje, esses animais são considerados Tesouro nacional e estão por todo o parque e seus arredores procurando turistas dispostos a lhes dar comida. Apesar de serem relativamente dóceis, eles avançam se verem você ou alguma criança com qualquer alimento dando sopa.
Mas caso decida mesmo alimentá-los, poderá comprar o shika-senbei, biscoito para cervos, dos vendedores frequentemente circulando por ali.
Já para você, poderá levar de lembrança os chocolates shika-no-fun, de fezes de cervo. Obviamente, eu não comprei. Mas caso queira, poderá fazê-lo (risos).
Mas voltando às atrações, você pode fazer o seguinte roteiro ao entrar no Parque. À sua esquerda estará o templo budista Kofuku-ji. Há dois pagodes (torres) um com dois e outro com cinco andares, este o segundo mais alto do Japão. Não gaste mais do que 30 minutos por lá.
Desse templo, recomendo seguir em frente, caminhando pelo parque, quando poderá ver os cervos e tirar fotos com eles, até chegar ao Museu Nacional de Nara, dedicado à arte budista. Eu não me interessei em visitá-lo, até porque eu queria mesmo era ver o Grande Buda e, à tarde, vistar o templo Fushimi-Inari, no caminho de volta a Quioto.
Então passei direto até o templo Todai-ji, que é um dos templos mais famosos e historicamente importantes do Japão e onde está a maior estrela de Nara, o Daibutsu, ou seja, o Grande Buda, que fica no salão de Daibutsu-den, desse grande templo.
O Daibutsu-den do Todai-ji é a maior construção em madeira do mundo. Por incrível que pareça, a estrutura atual, reconstruída em 1709, embora enorme (cerca de 49 metros de altura e 57 metros de largura), tem apenas dois terços do tamanho original.
E o Grande Buda desse templo é uma das maiores estátuas de bronze no planeta, sendo originalmente fundida no ano de 746 e restaurada, posteriormente, durante a dinastia Edo. Mede 15 metros de altura, pesa 437 toneladas de bronze e 130 quilos de ouro. Fenomenal!
Ao redor do Grande Buda, vemos ainda mais cinco estátuas. Três outros budas e dois guardiães. Não deixe de observar também um buraco na base de em um dos pilares de madeira por trás do Grande Buda. Ele tem 50 cm de diâmetro. Acredita-se que quem conseguir atravessá-lo rastejando se iluminará.
Minha visita ao Todai-ji levou aproximadamente umas duas horas. Quando saí, ainda estava chovendo (aliás o tempo que fiquei em Nara foi todo assim), então, eu resolvi encerrar minha visita à cidade por ali.
Daí, voltei pelo parque, fazendo o caminho inverso, até a estação de trem JR Nara. Se bater a fome pare em um dos muitos restaurantes, lanchonetes ou lojas de conveniência (Konbinis, que são a opção mais em conta) na rua Sanjo-Dori e suas transversais.
Obviamente, Nara abriga vários outros atrativos que mostram a história do Japão. Mas como eu já havia visitado muitos templos em Quioto e ainda iria parar no retorno para conhecer o Fushimi-Inari (leia sobre esse santuário no post Quioto: como chegar, circular e o que ver e fazer no berço da cultura japonesa), achei de bom tamanho o número de atrações visitadas.
Outras atrações na cidade (que eu não visitei)
Templo Kasuga – templo xintoísta, famoso pelas 3 mil lanternas de pedra que margeiam o caminho até o templo.
Naramachi – parte histórica da cidade com residências e comércio em prédios tradicionais de madeira em ruas estreitas, perto do Parque Nara.
Jardim Isui-en – próximo ao Museu Nacional de Nara, é um jardim tradicional japonês e tem ao fundo os telhados dos principais templos da cidade.
Templo Horyu-ji – fica fora da cidade, sendo considerado o berço do budismo no Japão.
Nos próximos posts, eu vou relatar a visita que fiz à Ilha e Miyajima e à cidade Hiroshima, também saindo de Quioto.
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