Oriente Médio: vale a pena fazer um cruzeiro pelo Golfo Pérsico?

Embora uma viagem de navio esteja sempre envolta em uma atmosfera de luxo e glamour, povoando o imaginário de muita gente, eu confesso que não sou um aficionado por cruzeiros. Tanto que em minha vida de viajante, somando quase 15 anos, eu fiz apenas dois: um pelo Caribe (2015) que, juntamente com o Mar Mediterrâneo, é para onde todos se voltam quando se fala nesse tipo de viagem; e outro, em janeiro de 2019, no Golfo Pérsico, localizado no coração do Oriente Médio, região que tem despontado nos últimos dois anos entre os cruzeiristas.

Na verdade, eu não quero dizer que não gosto de jeito nenhum de cruzeiros, não é bem assim. Tem suas vantagens, as quais, em minha opinião, são até maiores que as desvantagens.

Entre as que eu mais aprecio é poder viajar como se estivesse em um hotel de luxo flutuante, que me leva a vários lugares sem ter a preocupação com o deslocamento e segurança e o fato de contar com alimentação e bebidas inclusas o que é uma grande economia.

Por outro lado, o que, para mim, joga contra uma viagem de navio é o tempo que se tem, na maioria das vezes, para visitar um destino.

No Caribe eu, acho perfeito, até porque o maior atrativo são as praias, já no Mediterrâneo, depende do itinerário e das suas preferências. Considero um sacrilégio, por exemplo,  passar poucas horas em Malta ou em alguma ilha grega, quando há tanta vida e história pulsando em terra firme. Mas e no Oriente Médio, vale a pena fazer um cruzeiro?

Vale! Apesar de toda a história que envolve a sua região, cidades interessantíssimas e uma cultura fenomenal, um fator que não podemos esquecer jamais no planejamento de qualquer viagem é o orçamento. E foi exatamente o custo-benefício, somado à facilidade de deslocamento entre tantas cidades no trajeto, que me fez optar por visitar a região a bordo de um cruzeiro.

Vantagens de um cruzeiro pelo Golfo Pérsico

Hotéis, restaurantes e demais acomodações nos destinos visitados, principalmente Dubai, costumam apresentar preços exorbitantes. Dessa forma, os navios são a maneira mais econômica e eficiente de visitar a região. A gente tem hospedagem e alimentação em um mesmo pacote, em se preocupar em gastar todas as noites com restaurantes na cidade. Dá perfeitamente para se programar e fazer todas as refeições no navio.

E embora alguns passeios exijam certo investimento, podemos, com planejamento, optar por atividades gratuitas no destino visitado, ou entre um e outro tour pago (não necessariamente aqueles oferecidos pelos navios, normalmente mais caros), construindo o roteiro diário de acordo com aquilo que estamos dispostos a gastar.

E não acaba por aí! Outro benefício dos cruzeiros pelo Golfo Pérsico está relacionado às taxas de visto e demais documentos necessários para entrar nos países de destino. Alguns locais no Oriente Médio têm regras rígidas sobre o assunto, mas ao investir em uma viagem marítima pela região, estamos livres dos custos e burocracias extras que poderíamos encontrar.

Por fim, há companhias que oferecem pacote completo, cruzeiro mais a passagem aérea de ida e volta saindo do Brasil, que sai mais barato do que comprar tudo separadamente. Eu viajei desta forma. Comparei preços e valeu muito a pena!

Ao todo, eu passei 12 noites entre os Emirados Árabes Unidos, o Omã, o Bahrein e o Catar. No entanto, nesse post, eu não vou escrever sobre o que fazer em cada um desses lugares. Isso vai ficar para os artigos seguintes.

Agora, eu trato apenas, além das vantagens citadas, de explicar como funciona um cruzeiro pelo Oriente Médio para lhe ajudar a tomar um decisão sobre fazer, ou não, uma viagem de navio pelo Golfo Pérsico. Vem comigo!

Sobre o Golfo Pérsico

Situado bem no coração do Oriente Médio, no sudeste da Ásia, a região é composta por 233 mil quilômetros quadrados de superfície e o golfo se estende por aproximadamente 990 quilômetros.

Como um braço do Mar da Arábia, entre a península da Arábia e o Irã, o Golgo Pérsico é ligado a leste pelo estreito de Ormuz e pelo golfo de Omã, e com seu limite a oeste marcado pelo delta do Xatalárabe, chamado Arvand-Rood pelos iranianos, que carrega as águas dos rios Eufrates e Tigre.

Os países com litoral banhado pelo golfo Pérsico são, em ordem horária: Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita, Catar (que ocupa uma península avançada sobre o golfo), Bahrein (uma ilha no golfo), Kwait, Iraque e Irã.

Destinos visitados e duração da viagem

Normalmente, independentemente da companhia de cruzeiros escolhida, todas têm praticamente a mesma base definida de destinos a serem visitados. Entre os mais populares, podemos destacar Dubai (porto de partida), Abu Dhabi e a Ilha de Sir Bani Yas, nos Emirados Árabes Unidos; Muscat e Khasab, no Omã, Manama, capital do Bahrein; e Doha, capital do Catar.

Com relação à duração da viagem, esta tem de 7 a 12 noites, de acordo com a companhia escolhida, o navio operado e o número de paradas do itinerário.

O cruzeiro que eu escolhi e o qual considero mais completo é o de 12 noites, sendo uma delas passada em hotel em Dubai no dia pré-cruzeiro.

Dos 11 dias a bordo, passamos os dois primeiros ancorados em Dubai; o terceiro em navegação, o quarto paramos em Abu Dhabi. Já no quinto dia visitamos Khasab e os sexto e sétimo dias, ancorados em Muscat, ambas no Omã.

Por conseguinte, o oitavo dia foi todo em navegação; no novo paramos no Bahrein; no décimo descemos em Doha (Catar) e no último dia ancoramos, pela manhã cedo de volta em Dubai, onde curtimos mais a cidade e dormimos a bordo para só no dia seguinte deixar o navio e pegar o avião de volta ao Brasil.

Como são as paradas, o tempo é suficiente para visitar?

Depois de analisar os itinerários dos navios das companhias de cruzeiros que operam pelo Golfo Pérsico, eu optei pelo descrito no item anterior, por incluir mais destinos e os mais interessantes da região.

Mas aí você pode estar se perguntando: o tempo de estada em cada um deles é suficiente ao menos para conhecer o básico de cada cidade? Vamos à resposta.

Os dois dias parados em Dubai na ida e um na volta sãos mais do que suficientes para ver a moderna e a velha Dubai, que também vale muito a pena.

Já um dia em Abu Dhabi, desembarcando à 9h e partindo às 19h, dá para um city tour e visitar as duas maiores atrações da cidade, a Mesquita Sheik Zayed e a filial do Museu do Louvre. Para curtir o Parque da Ferrari, você teria que optar por um rápido city tour e apenas por essa atração.

Khasab, no Omã, é um pequeno balneário encravado em fiordes belíssimos, de praias calmas, antes uma antiga vila de pescadores. As cerca de sete horas que passamos ali ancorados são perfeitas para os passeios oferecidos.

Uma vez em Muscat, desembarcamos às 9h da manhã de um dia, pernoitamos, e só na tarde do dia seguinte, às 17h, zarpamos. Portanto, achei a parada suficiente para conhecer os principais pontos turísticos da capital do Omã.

Uma dica é pegar aqueles ônibus turísticos que já levam a gente direto para o que interessa economizando tempo e dinheiro. Oriento o mesmo para Dubai e Abu Dhabi.

No Bahrein, a parada é em Manama, a sua capital. Ali desembarcamos por volta das 9h e partimos às 18h. Eu achei de bom tamanho, visto que as duas principais atrações são a grande mesquita e o museu. Tem ainda o circuito de Fórmula 1. Caso queira, há passeios para conhecer.

Por fim temos Doha no Catar. Ficamos apenas oito horas na cidade. Deu para conhecer o deslumbrante Museu de Arte Islâmica, ao lado do porto, e o souk (mercado em árabe), ambos acessíveis caminhando, mas não dá para visitar a parte moderna da cidade. Se pernoitássemos ali e ficássemos mais um dia, seria perfeito para curtir mais o destino.

Quando ir

O clima é mais favorável no inverno. Mas como assim? Dá para curtir o mar e as cidades nessa estação? No Golfo Pérsico sim. Ao contrário da maioria das regiões do Brasil, ali a alta temporada acontece no inverno, quando o clima está mais ameno e permite que turistas e moradores se divirtam livres das altas temperaturas. Esse período geralmente fica entre novembro e março.

Nessa época, as cidades ficam mais vibrantes e acolhedoras, sendo os meses mais indicados para fazer passeios ao ar livre e conhecer cada um dos destinos de forma mais completa. Na alta temporada, as praias, parques e calçadas estão sempre cheios e é possível encontrar shows, cafés e restaurantes animados por todo o caminho.

Outra vantagem do clima mais ameno é a possibilidade de realizar passeios pelo deserto sem que isso se torne uma atividade exaustiva. No inverno, as temperaturas geralmente variam de 30 °C, de dia, até 10 °C, durante a noite.

Como são os navios e as atividades?

Grandes, muito confortáveis, climatizados, com várias opções de cabines, bares, restaurantes, piscina, cassino, teatro, academia, SPA, programação infantil e muito mais, o que pode variar de acordo com a empresa e o navio.

Ou seja, não falta entretenimento para ninguém. Há sempre o que fazer a qualquer hora do dia ou da noite. Além do que todos são climatizados, garantindo agradáveis momentos a bordo.

A capacidade de passageiros chega até cinco mil pessoas, mais uma vez frisando que isto vai depender da embarcação.

Em cada cidade do itinerário, os navios oferecem passeios que podem ser comprados a bordo, mas vou logo avisando que são bem mais caros.

Mas não se preocupe quanto a isso, que dá para fazer muita coisa por conta própria e nos portos sempre tem agências locais oferecendo tours bem mais em conta. Só esteja atento à hora de retornar ao navio para que ele não zarpe sem você.

Como é o sistema de alimentação?

As refeições são inclusas no valor pago pela cabine. O que é cobrado por fora são bebidas alcoólicas e não alcoólicas, seja durante essas refeições ou a qualquer outro momento do dia.

Por isso, eu sugiro você fazer um pacote de bebidas, de acordo com o seu perfil consumidor, a fim de economizar e não se preocupar com esses gastos a bordo. Eu fiz o mais completo, incluindo bebidas alcoólicas e não alcoólicas, para poder consumir sem medo da conta.

Esses pacotes devem preferencialmente ser pagos antecipadamente, pois são mais baratos e ainda podem ser parcelados em reais.

Como ter conexão com a internet

Caso você queira ficar conectado, há pacotes de internet do navio, os quais não são baratos. Eu paguei R$ 280 por 3,5 gigas de franquia. No entanto, uma vez fora do navio, você ficará sem conexão, dependendo de WiFi.

Se você precisa estar conectado o tempo todo, além de contratar o pacote de internet do navio, principalmente por conta dos dias de navegação, você poderá adquirir um chip pré-pago antes da viagem, para contemplar as horas em terra, fora do navio. Eu usei o chip do nosso parceiro EasySim4U, que tem internet ilimitada.

Pelos 12 dias que passei viajando, esse chip funcionou muito bem, conexão 4G/LTE, em todos os países visitados e eu desembolsei menos do que paguei pelo pacote de internet do navio.

Pelo período dessa viagem, o chip da EasySim4U me custou US$ 58,60, com 10% de desconto, incluindo o frete. O valor original sem desconto para 12 dias era de US$59 + US$ 5,50 de frete.

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Vistos, vacinas e Seguro viagem

Os cruzeiros pelo Golfo Pérsico saem sempre de Dubai. Brasileiros não necessitam pedir visto antecipado para entrar no destino e nenhuma outra cidade dos Emirados Árabes Unidos para uma viagem a turismo de até 90 dias. A isenção vale para portadores de passaporte comum, diplomáticos ou especiais.

Uma vez no navio, o passaporte fica retido e os vistos de entrada no Omã, Bahrein e Catar são dados pelas autoridades de cada lugar sem nenhuma burocracia, pois quem cuida disso é a equipe do navio.

Os passageiros recebem apenas um cartão ao desembarcar para poder circular em cada cidade, o qual deve ser devolvido ao reembarcar. Só recebemos de volta o passaporte no fim do cruzeiro.

Nenhuma vacina é obrigatória, assim como o seguro viagem não é exigido. No entanto, eu jamais recomendo alguém viajar sem um seguro viagem, a fim de evitar despesas extras e elevadas em caso de imprevistos, como eventuais contratempos que demandem atendimento médico, ou para cancelamento de viagem, extravio de bagagem, suporte jurídico, entre outros.

Considerando o preço da contratação do seguro, uma das razões é a economia. Imagine precisar de um médico se tiver uma simples intoxicação alimentar, por exemplo, e ter que desembolsar uma grana por isso? Mesmo dentro do navio, atendimento médico e hospitalar não estão inclusos no valor do cruzeiro.

Por isso, vale apostar nessa garantia. Faça agora sua cotação e contrate um seguro viagem com desconto por meio dos nossos parceiro SegurosPromo ou Real Seguro Viagem. Por meio deles, você fará a pesquisa de forma rápida e simples para escolher os melhores planos, preços e seguradoras.

Conclusão

Eu recomendo demais um cruzeiro pelo Oriente Médio, navegando pelo Golfo Pérsico. Primeiramente pela variedade de destinos visitados, sem se preocupar com o conforto, custos e logística de deslocamento.

No entanto, avalie bem o itinerário e a duração da viagem, optando pelo maior número de destinos possíveis, analisando o tempo de parada em cada um deles, a fim de fazer valer a pena o investimento.

Eu fiquei muito satisfeito, pois foi por conta desse cruzeiro que eu pude visitar, em uma mesma viagem e com uma logística bem facilitada os Emirados Árabes Unidos, o Catar, o Omã e o Bahrein, sendo que esses dois últimos eu jamais havia imaginado conhecer. Portanto, foi a grande chance!

Nos próximos posts eu vou descrever um roteiro com atrações imperdíveis em cada lugar visitado no Oriente Médio, de acordo como o tempo de estada em cada um deles. Não deixe de acompanhar!

E aí, o que achou das dicas? Deixe sua resposta no espaço reservado aos comentário.

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