Caminhos do Maciço, no Ceará, revela novas experiências ao visitante

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Sabe aqueles lugares que não importa quantas vezes visitamos há sempre um motivo para voltar? É o que costumo falar sobre o Maciço de Baturité. Além da proximidade – são apenas 100 km de Fortaleza, seus principais municípios são puro encanto, cheios de atrativos turísticos, arquitetônicos, gastronômicos e culturais. Além disso, a paisagem verde, as flores e o clima ameno fazem da região um dos destinos mais aprazíveis para um fim de semana fora da capital.

Com temperatura média variando entre de 20ºC e 22ºC – a mínima chega a 17ºC -, o cenário conta com uma pequena faixa de Mata Atlântica transformada em Área de Proteção Ambiental, o que faz esse pedacinho do Ceará bastante apropriado para o ecoturismo.

Trilhas, cachoeiras e mirantes fazem a festa para os amantes da natureza e da aventura. E, de uns três anos para cá, a Rota do Café Verde reinventou o turismo por aquelas bandas.

Embora abranja 12 municípios, Guaramiranga (o mais famoso), Pacoti, Mulungu e Baturité acabam sendo os protagonistas da região. No entanto, eu fiquei muito contente com uma proposta bem interessante que pretende ampliar o olhar e o interesse do viajante por todos os demais.

Uma iniciativa pioneira entre as prefeituras e o Sebrae Ceará criou mais uma ferramenta nessa direção, o Caminhos do Maciço. O projeto é resultado de um conjunto de ações e culmina na promoção do turismo, passando pela cultura, gastronomia e o agronegócio, no formato de um guia, tanto impresso como digital.

Essa ferramenta será lançada no dia 27 de setembro próximo, durante o evento FIO Maciço 2018 – Feira Integrada de Oportunidades do Maciço de Baturité, e irá permitir aos visitantes a experiência única de fazer parte do município e de seus atrativos.

E tem exemplos bem bacanas, viu? Para você ter uma ideia, Aratuba, que normalmente está fora do roteiro de quem visita o maciço, possui um território agrícola com cerca de seis mil agricultores familiares.

Eles estão empenhados na produção de hortaliças, legumes e frutas, e vem desenvolvendo uma linha de produtos beneficiados – como a pasta de alho. Já pensou poder visitar o local, conhecer a produção, interagir com esses profissionais e ainda levar os produtos para casa?

Outro exemplo tem a ver com o artesanato. São móveis, utensílios e objetos de decoração desenvolvidos pelos artesãos do Maciço e que o visitante poderá adquirir nas cidades que compõem o Caminhos do Maciço, como as desenvolvidas pelos Grupos Baturiarte (Baturité), Rosas de Aningas (Aratuba), Libertar e Libearte (Redenção), Entrelaços (Aracoiaba) e Casa do Artesão (Pacoti).

Todos esses trabalhos são realizados dentro dos princípios da sustentabilidade, com a utilização de matéria-prima renovável e local, reuso de material, resgate de ofícios artesanais, critérios no descarte de resíduos sólidos, agregando mais valor à cultura local.

Agora me diga, a implementação do Caminhos do Maciço é ou não é um motivo para voltar pela região? Ou, se você ainda não conhece, planejar uma viagem para o local?

Segundo o Sebrae CE informou ao blog, todas as cidades já possuem atrativos preparados para receber e promover novas experiências aos turistas, que passam, como eu já mencionei, pela cultura, gastronomia e agronegócio.

Para saber mais sobre o Caminhos do Maciço, você pode acessar o Portal Serra aqui aqui.

E para que você fique ainda com mais vontade de visitar a região, segue um resumo dos atrativos dos principais municípios. Confira!

Baturité

Museu Ferroviário de Baturité

Museu Ferroviário de Baturité Fotos: Anchieta Dantas Jr./Blog Andarilho

Sua origem remonta ao ano de 1764, com a fundação da Vila Real de Monte Mor o Novo d’América, organizada para reunir os índios jenipapos e canindés sob um regime administrativo proposto pelo Marquês de Pombal, então primeiro-ministro de Portugal, após a expulsão dos missionários jesuítas do Brasil.

Era dotada da estrutura básica de uma típica vila colonial, com casa de câmara, pelourinho e igreja matriz. Com a independência do Brasil, a vila perdeu sua arcaica denominação portuguesa passando a adotar o nome nativo da grande Serra, em cujo sopé fincou-se: Baturité, do tupi Ybitiraeté, “serra verdadeira; serra por excelência”.

Em 1858, quando elevada à categoria de cidade, firmava-se como grande celeiro do Ceará. Sinônimo de fertilidade, a vasta serrania que já havia inicialmente cedido espaço para os plantios e engenhos de cana-de-açúcar em seus vales e brejos úmidos, foi território privilegiado para o cultivo do café, por seu clima e solo favoráveis, sendo sua qualidade considerada uma das melhores do mundo, ainda no século XIX.

O sentimento religioso e a herança jesuítica também marcam profundamente a história da cidade.

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Uma vez por lá, não deixe de visitar, por exemplo, a fábrica de Cerveja Artesanal Fabeer, a Igreja Cristo Rei, o Museu Ferroviário de Baturité, a Igreja de Santa Luzia, o Museu Comendador Ananias Arruda, a Igreja Matriz Nossa Senhora da Palma e a Via Sacra Pública de Baturité e Imagem de N. Sra. de Fátima.

Sem esquecer ainda o Ecomuseu da Serra do Evaristo, o Mosteiro dos Jesuítas (foto de abertura), a Cachoeira Santa Edwiges (Parque das Cachoeiras), a Cachoeira do Perigo (Recanto das Cachoeiras) e o Parque Rodeio.

Guaramiranga

Guaramiranga Ceará

Vista panorâmica da cidade de Guaramiranga

O menor município cearense em área territorial é, talvez, um dos mais conhecidos e famosos destinos. É que Guaramiranga, do tupi “Pássaro Vermelho”, tornou-se a cidade das flores e dos festivais, sediando o polo turístico da Serra de Baturité.

Sua história confunde-se com o primeiro ciclo do café no século XIX. Originada no Sítio Conceição, tornou-se vila em 1890 compondo autonomia política e adotando o nome Guaramiranga, denominação do sítio homônimo até hoje existente.

Após seguidas supressões e restaurações, Guaramiranga garantiu sua emancipação definitiva somente a 22 de setembro de 1957.

A partir dos Caminhos do Maciço, a cidade ofertará novas possibilidades para os visitantes por meio das mais variadas atividades culturais e imersão na natureza, como observação de aves e trilhas de bike, reavivando desta forma novas experiências.

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Recomendo demais a visita ao Parque das Trilhas, o Pesqueiro, o Parque das Cachoeiras, o Convento dos Capuchinhos e sua Igreja da Gruta, a Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição e a Imagem de Nossa Senhora no caminho da Linha da Serra, que junto com o Pico Alto oferecem vistas deslumbrantes da região. Sem contar os inúmeros e charmosos restaurantes espalhados pela cidade.

Mulungu

Sítio São Roque em Mulungu

Sítio São Roque em Mulungu

A sua origem traz o nome das frondosas árvores serranas que, segundo reza a tradição local, trouxeram sombra acolhedora aos sertanejos, comboieiros e seus descendentes que primeiro habitaram a povoação no alto da Serra de Baturité.

Como lugar de passagem, entreposta ao velho caminho para os sertões de Canindé, detém belas paisagens e mirantes em suas quebradas e ladeiras íngremes, por onde outrora subiram antigas famílias do sertão.

Não à toa, Mulungu foi palco da primeira experiência de cultivo de café na região: por volta de 1824, o coronel Manuel Felipe Castelo Branco plantou exemplares da preciosa rubiácea em seu Sítio Correntes, hoje Bagaço.

Buscando vencer os desafios do presente, dentre eles o da preservação ambiental e de uma economia sustentável, permanece sendo o maior produtor de café de sombra da Serra, assim como vem buscando estruturar seu parque de serviços turísticos, com bons restaurantes e hotéis.

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Entre os pontos de interesse, estão os sítios Nova Holanda e São Roque e a Igreja, Escadaria São Sebastião e o Espaço Akhetaton.

Pacoti

Sítio São Luís em Pacoti Ceará

Sítio São Luís em Pacoti

Essa cidade respira história e ainda conserva uma vida simples de cidade de interior, também conhecida como a “Princesinha da Serra”. Sua origem se deu a partir do Sítio Pendência que produzia cana de açúcar e café, tornando-se povoado na segunda metade do século XIX.

Sua emancipação se deu em 1890, recebendo o mesmo nome do importante Rio que cruza atualmente a cidade, Pacoti.

Os Caminhos de Pacoti são convidativos e possibilitam conhecer a sua história numa caminhada tranquila e agradável, onde o visitante é envolvido pela doce lembrança do passado e que ainda estão presentes nos diversos atrativos.

A herança colonial está na configuração dos prédios públicos que se encontram na Praça Central, herdeira do espaço onde se desenvolveu o agitado comércio popular a partir feira, que hoje leva os produtos para serem comercializados no Mercado Público, repleto de texturas, sabores, cores e aromas da gastronomia típica local (guisados, panelas, buchadas doces e hortifrutíferos).

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Entre os atrativos, merecem destaque a Capela de Jesus Crucificado e Cenotáfio de Donaninha Arruda, o Sítio Olho D´Água, a Vila Gastronômica, o Instituto Maria Imaculada, o Santuário de Nossa Senhora do Globo e a Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição.

Fazem parte ainda da lista o Ecomuseu de Pacoti, a Casa do Artesão, o Polo de Lazer Senador Carlos Jereissati e o Sítio São Luís.

Como chegar ao Maciço de Baturité

De carro

  • Baturité – 106 km de Fortaleza, acesso pelas rodovias estaduais CE 060 e CE 356
  • Guaramiranga – 123km de Fortaleza, acesso pelas rodovias estaduais CE 060, CE 065 e CE 356
  • Mulungu – 126km de Fortaleza, acesso pelas rodovias estaduais CE 060, CE 065 e CE 356
  • Pacoti – 130km de Fortaleza, acesso pelas rodovias estaduais CE 060, CE 065 e CE 356

De ônibus

Consulte horários e tarifas na empresa Fretcar, que é quem liga Fortaleza às cidades do Maciço de Baturité.

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