Cidade do Cabo em 10 dias: roteiro detalhado para facilitar a sua viagem

Se você leu o post “O que fazer na Cidade do Cabo: as melhores atrações para incluir no roteiro”, percebeu que o destino oferece muitas atividades interessantes. Então, ciente disso, antes mesmo de embarcar, eu resolvi estender minha estada para além dos cinco dias normalmente recomendados, programando dez dias.

Nesse mesmo post, ao qual me referi no parágrafo anterior, eu fiz uma apresentação sobre cada atrativo – com muitas fotos, vale destacar -, a fim de que você tenha uma panorama geral e possa, dentro do que lhe interessa, traçar o seu próprio itinerário.

Mas, como eu acredito que praticamente tudo tenha lhe chamado a atenção (é tanta coisa legal, né?), que para facilitar o seu trabalho e auxiliar na logística, eu resolvi escrever esse texto com o meu roteiro.

Confesso que eu até pensei em juntá-lo ao post anterior, para estar tudo em um lugar só. Porém, ia ficar tão extenso, que foi melhor mesmo fazer dois posts e conectá-los, como estou fazendo agora.

Assim, veja, a seguir, como eu distribui, dia a dia, todas as atrações e atividades que mais gostei. Mais detalhes sobre cada uma delas você pode encontrar  aqui.

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Primeiro dia

Chegada à Cidade do Cabo na parte da tarde e deslocamento do aeroporto para o hostel onde eu me hospedei, o qual recomendo demais.

Geralmente, quando viajo, eu tiro o dia da chegada ao destino para descansar, fazer câmbio de moeda (se necessário), efetuar o reconhecimento de área e ajustar o planejamento para os dias que virão, buscando sempre informações complementares ao itinerário pré-definido.

Essas informações podem ser obtidas com funcionários do local de onde você se hospedar e ainda com outros viajantes que estiverem por lá.

Peça também um mapa turístico da cidade para facilitar o entendimento das distâncias e para que você se situe e não se perca.

Vá por mim: esteja aberto a escutar, pois sempre há mais alguma dica para incrementar a viagem.

Veja no post “África do Sul: passo a passo para planejar a sua viagem à Cidade do Cabo”, como fazer o deslocamento do aeroporto ao seu hotel, como efetuar o câmbio de moeda e ainda indicações de melhores bairros para se hospedar e como circular.

Segundo dia

Logo cedo, às 8h da manhã, de posse do voucher para dois dias do City Sightseeing, adquirido antecipadamente pela internet, eu me dirigi, a pé, do meu hostel em Green Point (10 minutos de caminhada) até o escritório da empresa no V&A Waterfront.

Este ônibus turístico é uma mão na roda para quem quer circular pela Cidade do Cabo, visitando as atrações sem se preocupar com transporte e pagando um preço justo. Você também pode comprar o seu antecipadamente aqui.

Ali troquei esse voucher pelo ingresso e tomei a linha vermelha. Destino? Table Mountain (foto de abertura do post). O dia estava lindo, então era a chance de aproveitar para subir.

Pelo caminho já fui sentido o clima da Cidade do Cabo. Entre as paradas no percurso do Waterfront à Table Mountain estão a Torre do Relógio, os canais, a zona de negócios e financeira do Cabo (com muitos edifícios modernos), a Long Street entre outros pontos.

Uma vez ao pé da Table Mountain, comprei o ingresso do teleférico e permaneci lá em cima por duas horas, tempo suficiente para admirar e fazer muitas fotos da cidade do alto.

Adquira seu ingresso antecipado para o teleférico da Table Mountain aqui.

Vale ressaltar que você pode descer e subir quantas vezes quiser em qualquer uma das paradas de todas as linhas do City Sightseeing, durante a vigência do seu passe.

Ao descer da Table Mountain, tomei novamente a linha vermelha e baixei na parada seguinte: Camps Bay. Dei uma caminhada no calçadão para fotos e admirar a formação rochosa dos 12 Apóstolos, almoçando em um dos restaurantes da orla.

Praia de Camps Bay Fotos: Anchieta Dantas Jr./Blog Andarilho

Após o almoço, peguei a linha vermelha mais uma vez até a parada da Long Street a fim de ingressar no Walking Tour gratuito pelo Centro Histórico do Cabo.

Até chegar novamente ao Centro, percorremos os bairros de Sea Point e Green Point, passando novamente pelo V&A Waterfront.

À tarde (há também pela manhã), o Walking Tour parte pontualmente às 16h. Você pode ainda conhecer Bo-Kaap, mas deixei para outro dia.

O trajeto,que dura entre duas horas e duas horas e meia caminhando, sempre acompanhado de um guia, passa pela Catedral de São Jorge, pelo The Company’s Garden, pelo Palácio do Governo, pelo Castelo da Boa Esperança e a Prefeitura, retornando à Long Street.

Catedral de São Jorge

Company’s Garden

Palácio do Governo

Castelo da Boa Esperança

Prefeitura da Cidade do Cabo

O mais legal desse passeio é que eu tive a chance de fazer o tour com um guia que viveu a infância e a adolescência no Apartheid. Então, o passeio ganhou outra dimensão.

Ela nos mostrou algumas das tristes lembranças de segregação racial existentes no período, ainda mantidas pelo centro da cidade. Uma lição e tanto de história.

Banco recorda uma época nada agradável na Cidade do Cabo: o regime do Apartheid

Placa sobre a classificação racial na época do Apartheid

Da Long Street, tomei a linha vermelha para descer no V&A Waterfront e jantar no Food Market e voltar caminhando para o hostel.

Food Market V&A Waterfront

Interior do Food Market. Há opções de comida do mundo todo

Terceiro dia

Mais uma vez me dirigi à parada do City Sightseeing no V&A Waterfront e tomei, desta vez, a linha azul. Minha primeira parada nesse dia foi o Jardim Botânico de Kirstenbosch.

Ao chegar, comprei a entrada e me informei sobre o próximo tour guiado gratuito e me juntei ao grupo. Foram quase duas horas andando pela atração, cujo visual é incrível e é um lugar cheio de história.

Jardim Botânico de Kirstenbosch

Centenary Tree Canopy Walkway, passarela sobre a copa das árvores

De lá, antes mesmo do almoço, segui na linha azul até a parada 21, chamada Constantia Neck, onde podemos pegar o Wine Bus Tour, a rota roxa, incluída no passe do City Sightseeing, que percorre as vinícolas do Vale de Constantia.

Constantia Neck

Minha dica: siga direto para Beau Constantia, a última do destino, que é a mais bonita das quatro vinícolas da região e tem dois ótimos restaurantes para almoçar.

A vista é linda e você pode optar pelo tour guiado pelo museu da propriedade ou apenas pela prova de vinhos (wine tasting).

A belíssima casa principal da vinícola Beau Constantia

Após visitar as vinícolas e provar muitos vinhos, é claro, retornei a Constantia Neck, onde tomei, de novo, a linha azul passando, no no meio da tarde, por Hout Bay e descendo, já ao anoitecer, no V&A Waterfront para retornar ao hostel.

Hout Bay

Esse trajeto é fantástico pois circula por toda a Victoria Road, com vista permanente para o mar. O visual é de tirar o fôlego e rende muitas fotos (sente no deck superior do ônibus para as melhores vistas).

Vista da Victoria Road

Quarto dia

Tour de um dia inteiro pela região produtora de vinhos de Stellenbosch. Veja aqui como foi o passeio pelas vinícolas. Para programar sua visita, consulte opções de passeios neste link.

Quinto dia

Dediquei este dia a Bo-Kaap e à Península do Cabo.

Contratei um passeio que foi me pegar às 8h da manhã no hostel para uma visita, primeiro a Bo-Kaap, bairro malaio no Centro da Cidade do Cabo; seguido de tour de um dia pela península.

No caminho, paramos nas praias de Muizenberg (muito procurada por surfistas), Boulders Beach (colônia de pinguins africanos) até chegar ao Parque Nacional da Boa Esperança, onde fizemos um piquenique, visitando, em seguida, o Cabo da Boa Esperança. O local é lindo e vale muito à pena!

Você pode pesquisar opções de passeios pela Península do Cabo aqui.

Praia de Muizenberg

A colônia de pinguins em Boulders Beach

Cabo da Boa Esperança

Na volta, ainda paramos em uma vinícola em Cape Point para apreciar o entardecer e provar alguns vinhos.

Degustação de vinhos em Cape Point

Queijos e vinhos em Cape Point

Sexto dia

Vamos de aventura? Então, que tal um mergulho, protegido por uma gaiola (é claro!), com tubarões brancos?

O tour tem duração de um dia inteiro e consiste em um passeio de barco, saindo de Gansbaai, que fica a 2h30 de viagem da Cidade do Cabo.

De lá seguimos de barco até uma área em alto mar, o chamado “Shark Alley” (Beco dos Tubarões), localizado entre duas ilhas: uma habitada por focas e a outra por pinguins, que fazem parte da cadeia alimentar do predador dos sete mares.

Mergulho em jaula com o tubarão branco

Tubarão branco se aproximando da jaula

Esse dia foi puxado, pois o tour nos pega no meio da madrugada no hotel, dependendo das condições do mar, para que cheguemos a Gansbaai, bem cedinho. O passeio é feito por diversas agências (consulte opções aqui).

Leia aqui como foi a experiência com mais detalhes!

Sétimo dia

Chegou o grande dia: era hora de fazer um safári!

Os safáris mais perto de Cape Town são no Aquila e em Inverdoorn, ambas reservas privadas, que têm uma área de 100 km2 e trabalham com preservação de animais.

Os animais destas reservas foram aos poucos reintroduzidos na região e, hoje, é possível encontrar os Big 5 por lá – leão, elefante africano, búfalo-africano, leopardo e rinoceronte.

Depois de algumas pesquisas, eu optei pelo Aquila, que fica a 180 km da Cidade do Cabo. São mais ou menos duas horas e meia de viagem para ir e o mesmo tempo para voltar. Confira aqui como foi o Safári.

Safári no Aquila Private Reserve

A reserva é linda e ainda é possível pernoitar por lá e fazer safáris em vários horários do dia

Oitavo dia

Como eu havia marcado para às 13h o tour por Robben Island, ilha que já foi uma prisão e  Nelson Mandela passou 18 anos preso, e os barcos para este passeio partem da Torre do Relógio, passei a manhã passeando pelo V&A Waterfront.

Almocei no Food Market e no horário previsto segui para o meu destino, atracando de volta às 16h30.

O tour por Robben Island é conduzido por ex-prisioneiros

Daí foi só uma curta caminhada até a parada do City Sightseeing, onde comprei o ingresso e peguei o Sunset Bus, para curtir o pôr do sol em Signal Hill. Fantástico o visual! Nunca vi um céu tão colorido. Confira!

Pôr do Sol visto de Signal Hill

Nono dia

Último dia inteiro na Cidade do Cabo. Como era fim de viagem e eu já estava cansado dos passeios dos dias anteriores, aproveitei para dormir um pouco mais, saindo no fim da manhã para almoço e compras no V&A Waterfront,emendando em um  jantar no Mama Africa, localizado na Long Street.

Comer no Mama África é muito bacana, pois é onde consegue-se ter uma experiência gastronômica mais africana na Cidade do Cabo. Aliás, boa parte dos pratos é um tanto exótica para quem está acostumado ao gosto brasileiro.

Mama África: experiência gastronômica mais africana na Cidade do Cabo

Experimentei o Wild Game, uma espécie de safári gastronômico, o prato mais famoso da casa com carne grelhada de avestruz, crocodilo, antílope, veado e kudu, acompanhado de um tipo de purê de milho que eles denominam “pap”.

O pap é como se fosse o arroz da África do Sul, apesar de você também encontrar arroz como o nosso, servindo de acompanhamento por lá.

Wild Game: safári gastronômico

Porém quem não quiser ousar, não precisa. O restaurante também oferece opções com frango e camarão e ainda pratos vegetarianos.

O ambiente, que faz as vezes de restaurante e bar, é rústico, com pouca luz e oferece música africana ao vivo da melhor qualidade.

O ambiente, que faz as vezes de restaurante e bar, é rústico e intimista

Fiz esse pequeno vídeo da banda que estava tocando no dia em que estive no Mama Africa, para você ter uma ideia do som sul-africano. Simplesmente contagiante!

Décimo dia

Hora de ir embora. Na agenda, apenas o café da manhã e um Uber até o aeroporto, onde almocei, e tomei o voo de volta para o Brasil, com escala em Luanda.

Tanto na ida como na volta, eu voei de TAAG, uma empresa angolana que sempre tem ótimas promoções para a Cidade do Cabo, saindo do Rio de Janeiro ou de São Paulo.

Confira como foi minha experiência com a TAAG aqui.

E aí, gostou do meu roteiro? Agora, aguarde os próximos posts sobre a Cidade do Cabo, pois descreverei minha visita às regiões produtoras de vinho, como é o mergulho com o tubarão branco, o safári e a visita a Robben Island.

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