A África do Sul é o destino certo para quem, assim como eu, adora experiências diferenciadas e o contato direto com a natureza. Durante minha viagem ao país, tive a chance de fazer o mergulho com tubarão-branco, um dos programas mais incríveis que existe por lá. Ou seja, já deu para você sentir como eu gostei, né? Mas antes de ir, é natural que existam muitas dúvidas e um certo medo. O mergulho é seguro? Não é perigoso? Custa caro?
De fato, todos esses questionamentos rondavam meus pensamentos antes de eu fechar a compra do passeio, ainda aqui no Brasil. Mas depois que vivi e sobrevivi (brincaderinha) ao mergulho, fica a dica: deixe o medo de lado e embarque nessa com tudo!
Em poucos lugares do mundo, por um preço tão acessível e sem colocar sua vida em risco, você terá a chance de estar cara a cara com o predador dos sete mares!
O mergulho é feito em uma gaiola bastante segura, atrelada a um barco, e o tempo todo monitorado por especialistas.
E o melhor lugar para ver os tubarões brancos na África do Sul é Gansbaai, uma vila de pescadores a cerca de duas horas e meia de carro da Cidade do Cabo. Portanto, uma atividade super conveniente para fazer em um passeio de um dia.
A vila de pescadores de Gansbaai Fotos: Anchieta Dantas Jr./Blog Andarilho
E se você quiser observar os tubarões sem ter que entrar na gaiola, também pode. Tem empresas que dão desconto para quem se compromete antecipadamente a não mergulhar.
Agora vamos combinar: poder sentir a adrenalina de estar dentro d’água do lado deles e ainda em segurança, não é todo dia, né? Dessa forma, vá por mim: entre na gaiola. Você não vai se arrepender!
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Como reservar e quanto custa
Várias agências em Gansbaai operam o mergulho com o tubarão-branco e todos os dias elas pegam e deixam de volta viajantes hospedados na Cidade do Cabo para viver a aventura. Você pode consultar opções de passeios e reservar o seu aqui.
Na verdade todas as empresas trabalham da mesma forma, você só deve se preocupar em confirmar antes se a operadora escolhida tem autorização e é certificada para a atividade pelas autoridades sul-africanas.
Quando fiz o mergulho, em fevereiro de 2018, eu paguei 2.400 rands (moeda sul-africana), o equivalente a cerca de US$ 178 mais a taxa de IOF (6,38%), devido ao pagamento ter sido feito com cartão de crédito.
Esse valor inclui o transporte de ida e volta em veículo próprio da operadora, café da manhã, as roupas para mergulhar, toalhas, o barco, lanches a bordo, o almoço e um certificado ao final da aventura.
O deslocamento até Gansbaai
A aventura começa bem cedo. Hospedado na Cidade do Cabo, você terá que estar pronto às 3h30, horário em que a maioria dos tours pega a gente no hotel e parte em direção a Gansbaai. A viagem até lá leva cerca de duas horas e meia e é feita em uma van.
Mas o horário exato de saída é combinado com o viajante na véspera do mergulho, pois tudo vai depender das condições do tempo e do mar. De qualquer forma, o mergulho acontece sempre pela manhã.
Preparativos
Ao chegar em Gansbaai, em torno de umas 6h, um café da manhã, em sistema e buffet, nos espera na recepção da operadora de mergulho escolhida.
Café da manhã antes do mergulho
Você pode repetir a comida quantas vezes quiser
A essa altura, se você é do tipo que enjoa no mar, já deverá ter tomado um remédio para combater esse mal, pois o barco balança bastante.
Não costumo sofre enjoos, mas para não desperdiçar o passeio e nem o meu dinheiro, já que eu não teria uma segunda chance, eu tomei. Vai que… né?
Após o café da manhã, ainda nas dependências da empresa, assinamos um termo de responsabilidade, assistimos a um vídeo e recebemos as instruções sobre como é o mergulho.
Também somos orientados sobre como devemos nos posicionar dentro da gaiola, a fim de nos manter seguros, e só então seguimos para o barco, que zarpa por volta das 9h.
Gaiola em que o mergulho é feito
O barco que leva ao mergulho com o tubarão-branco
A viagem de barco e o mergulho
O mergulho é feito em um local em alto mar batizado de “shark alley” (beco do tubarão), pois se trata de um ponto no meio do nada situado entre duas ilhas que abrigam colônias de focas e pinguins, animais que fazem parte da cadeia alimentar dos tubarões.
O trajeto é bem curto. Não demora mais de meia hora para chegarmos ao local.
Daí, a equipe a bordo começa a se movimentar. A gaiola em que iremos mergulhar é posicionada e amarrada ao barco, assim como a “isca” para atrair os tubarões é preparada.
Eles são atraídos por uma mistura de restos e óleo de peixe que é jogada no mar, além de uma cabeça de peixe amarrada na ponta de uma corda, que é recolhida toda vez que o tubarão se aproxima.
os tubarões são atraídos por uma mistura de restos e óleo de peixe que é jogada no mar
O objetivo não é alimentá-los, mas sim atraí-los. Não se pode dar de comer aos tubarões para não interferir no ciclo natural.
Enquanto isso, roupas de neoprene, sapatos do mesmo material, máscaras e um cinto de pesos, que é amarrado nas nossas cinturas, nos são entregues para que já estejamos preparados para entrar na gaiola assim que os tubarões se aproximarem.
Vestido com a roupa de neoprene, pronto para entrar na gaiola
Não se preocupe com os seus pertences. Os bancos onde vamos sentados funcionam como armários ao levantar o assento.
Mas recomendo que você já vá preparado, com roupa de banho por baixo da que estiver vestindo, para colocar rapidamente a roupa do mergulho por cima. Não há vestiário no barco, apenas banheiro.
Entrando na água e encarando os tubarões
A gaiola cabe de seis a oito pessoas de uma vez. Uma vez dentro dela, é expressamente proibido colocar qualquer parte do seu corpo para fora, assim como câmeras subaquáticas ou qualquer objeto, como os famosos “paus de selfie”.
Para garantir de que eu veria mesmo os animais, eu me candidatei para ir somente no segundo grupo, quando certamente os tubarões já estariam circulando o barco, atraídos pela isca.
Nesse momento eu não sei se eu estava mais com medo de entrar na água e encarar os bichos ou por causa do frio. A água é muito gelada.
Entrando na gaiola
Cada grupo fica entre 20 e 30 minutos dentro da gaiola (mas você pode pedir para sair na hora que quiser). O nosso corpo todo fica submerso e só a cabeça permanece para fora. Por isso, não é preciso nenhum equipamento de mergulho. Na verdade nem saber nadar é necessário.
Quem está dentro da gaiola não consegue enxergar o tubarão se aproximando, é quando então que o funcionário da operadora de mergulho que está segurando a corda (com a cabeça do peixe pendurada) grita de cima do barco “down, down!” (desçam, desçam!). Daí você prende a respiração, abaixa e voilá! Dá de cara com o tubarão bem perto da gaiola.
Grupo dentro da gaiola
Tubarão se aproximando da gaiola
Se você não consegue ficar sem respirar por mais de dez segundos, nem se preocupe, pois é esse o tempo máximo para que o tubarão desapareça da sua vista. Como eles são rápidos, viu?!
Quem não tem coragem de entrar na água, mesmo assim deve encarar o passeio. Sabe por quê? Sinceramente falando, a visão de cima do barco é bem melhor.
Tudo bem que não tem a adrenalina de estar dentro d’água e cara a cara com o tubarão. Mas é que de dentro da embarcação dá para ver os tubarões por mais tempo e com mais clareza, principalmente se visibilidade da água não estiver boa, como aconteceu no dia do meu mergulho.
Tubarão saltando, visto do barco
De volta ao barco
Ao sair da gaiola, não se preocupe com o frio. Eles providenciam toalhas limpinhas e quentinhas, casaco e lanche, incluindo uma bebida quente.
Já em terra firme, assistimos ao vídeo do dia (à venda após o passeio), seguido de almoço e entrega de um certificado, atestando que vivemos a experiência e sobrevivemos!
O buffet do almoço continha dois tipos de massas e saladas
Certificado entregue após o mergulho
Depois se dá o retorno à Cidade do Cabo, onde chegamos por volta das 17h30.
Veja a seguir o pequeno vídeo que eu fiz com os melhores momentos do mergulho daquele dia:
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